Estudos de futuro para acelerar a bioeconomia amazônica e nordestina, conectando inovação regional ao ecossistema europeu.
O projeto Model-Bio é uma iniciativa estratégica, apoiada pelo CNPq, para elaborar estudos de futuro, concentrando-se em três pilares fundamentais:
(i) modelos de transferência de tecnologia,
(ii) desenvolvimento de rotas para a bioeconomia na Amazônia e Nordeste do Brasil, e
(iii) o fortalecimento de redes de inovação regionais através da cooperação internacional. O objetivo é transformar a vasta biodiversidade brasileira em produtos de alto valor agregado, superando o modelo atual de exploração de commodities e garantindo soluções para desafios globais como segurança alimentar e sustentabilidade.
Apesar de deter a maior biodiversidade do mundo, o Brasil perdeu protagonismo no debate global da bioeconomia e possui uma participação inexpressiva nos mercados de produtos compatíveis com a floresta. As principais barreiras identificadas são a ausência de uma estratégia nacional clara, a falta de modelos de negócios modernos baseados em tecnologia e a ambiguidade semântica sobre o conceito de bioeconomia, o que dificulta a formulação de políticas públicas eficazes.
O Model-Bio propõe a elaboração de “estudos de futuro” que envolvem o mapeamento de cadeias produtivas, prospecção tecnológica e benchmarking com arranjos produtivos do Nordeste e da Europa. A hipótese central é que essas ações direcionarão a criação de modelos de negócios capazes de promover a transferência de tecnologia e a internacionalização de produtos amazônicos.
Para isso, uma estratégia chave é a conexão com a Rede Europeia de Polos de Inovação Digital (via UNINOVA/GRIS) para modelar um piloto de “Polo Amazônico de Bioeconomia” (PABI), utilizando a metodologia de “testar antes de investir” e aproveitando o destaque que o tema da bioeconomia tem ganhado em agendas globais, como a realização da COP-30 em Belém-Pará em 2025.
- Mapear rotas das principais cadeias produtivas da bioeconomia na Amazônia e no Nordeste.
- Prospectar tecnologias relacionadas às cadeias produtivas identificadas.
- Identificar inter-relações entre cadeias produtivas e indicações geográficas, detalhando seus modelos de governança.
- Realizar benchmarking tecnológico e econômico: Amazônia × Nordeste × Europa.
- Elaborar modelos de negócios focados em transferência de tecnologia e internacionalização de produtos amazônicos.
- Conectar-se à Rede Europeia de Polos de Inovação Digital para modelar um piloto de Polo Experimental de Inovação Digital para a Bioeconomia.
- Equipe
- Parceiros
Celson Pantoja Lima
Aloísio Costa Barros
Bruno Almeida da Silva
Enéias Monteiro da Silva
Enoque Clavino Melo Alves
Flávio Arthur Campos Figueira
Izabela Cristina Lopes Carvalho
José Roberto Branco Ramos Filho
Kleydson de Jesus Fernandes
Rosinei de Sousa Oliveira
Joaquim Ramos Silva
Luciana Peixoto Santa Rita
Tatiane Luciano Balliano
Wander Soares de Oliveira
Thyago Batista Ribeiro Gatto
Rolando Vargas Vallejos
Ricardo Luís Rosa Jardim Gonçalves
João Filipe dos Santos Sarraipa

Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)

Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Museu de Ciência da Amazônia (MuCA)

Instituto SENAI de Tecnologia de Alimentos – Goiás

Instituto Nacional de Propriedade Industrial(INPI)

Polo de Referência em Bioeconomia do SEBRAE

Universidade de Lisboa (ULisboa), Portugal

Universidade NOVA de Lisboa (UNL), Portugal
Resultados
Esperados
- Contribuições para a revisão do conceito de bioeconomia e modelo de caracterização de cadeias produtivas.
- Mapeamento e caracterização de cadeias produtivas de alto potencial na Amazônia, Nordeste e Portugal.
- Modelo preditivo com IA para prospecção tecnológica em bioeconomia.
- Estudo de futuro com roadmap tecnológico para cadeias brasileiras.
- Relatório sobre benefícios, desafios e recomendações de governança para indicações geográficas.
- Banco de modelos de operação para elos das cadeias de valor mapeadas.
- Modelo conceitual do Polo de Inovação Digital Experimental de Bioeconomia (PIDEB) e conexão com a rede europeia.
Preliminares
Como parte da fase de elaboração da proposta, foi realizada uma prospecção tecnológica prévia em bases de patentes. Esta análise inicial revelou que as cadeias produtivas da Amazônia possuem um número muito reduzido de patentes depositadas, indicando uma grande oportunidade para desenvolvimento tecnológico. Esses números são inexpressivos quando comparados a insumos como a Aloe Vera, que possui mais de 40 mil patentes, indicando uma baixa maturidade tecnológica nos ativos da biodiversidade amazônica e reforçando a necessidade do projeto.
Posteriormente, foi desenvolvido um framework metodológico de busca aplicada às bases de dados científicas e patentárias no âmbito do projeto, com foco na cadeia produtiva do guaraná. O objetivo do framework é mapear o conhecimento e a tecnologia existentes sobre o tema, seguindo um fluxo estruturado de identificação, filtragem e análise de dados.
A estratégia para bases de dados científicas (não patentárias) foi dividida em três fases principais: planejamento, construção da estratégia e organização dos dados. No planejamento, definiu-se o escopo da busca, selecionando-se bases como Scopus e Web of Science. A construção da estratégia envolveu seis etapas: (1) definição da busca, (2) identificação de termos técnicos, (3) configuração nas plataformas, (4) aplicação de filtros (idioma, tempo, área), (5) limpeza de dados (remoção de duplicatas e inconsistências) e (6) consolidação dos resultados. Ao final, após a aplicação de todos os filtros e remoção de duplicatas (por DOI e ISBN), restaram 787 textos aptos para análise bibliométrica e revisão sistemática, a partir de um conjunto inicial de 1.342 documentos brutos recuperados.
Para as bases patentárias, o processo seguiu um rigor metodológico similar, utilizando plataformas como Questel Orbit e Espacenet. As etapas incluíram: (1) definição do escopo tecnológico da cadeia, (2) identificação de termos técnicos equivalentes, (3) configuração da busca nas plataformas, (4) progressão da busca utilizando classificações internacionais de patentes (IPC e CPC), (5) limpeza dos dados para eliminação de duplicatas e (6) união e combinação dos resultados finais. Este processo gerou planilhas consolidadas que integram famílias de patentes, citações e dados de titulares, permitindo uma avaliação jurídica e tecnológica do cenário.
Este estudo está disponível aqui: https://drive.google.com/file/d/1Y2DHCR5dnnDMIxuwR15aNVS0R5o_Tnmh/view?usp=drive_link
Açaí (Euterpe oleracea): 125
Jambu (Spilanthes acmella): 64
Guaraná (Paullinia cupana): 171
Castanha do Pará (Bertholletia excelsa): 93
Cupuaçu (Theobroma grandiflorum): 55
Documentos
[ARTIGO] Benchmarking entre os Ecossistemas de Inovação Amazônico e Português com foco na Bioeconomia
Este artigo tem como objetivo identificar as estratégias para o desenvolvimento amazônico, por meio da análise de benchmarking entre os ecossistemas de inovação focados na bioeconomia do estado do Pará e a bioeconomia gerada em Portugal. A metodologia adotada incluiu uma abordagem qualitativa, combinando revisões de literatura, coleta de dados estatísticos e estudos de caso comparativos entre as duas regiões. Como tal, foram utilizados dados de instituições governamentais e organizações internacionais para identificar políticas, atores e ecossistema regional. Os resultados demonstram que, enquanto Portugal possui um ecossistema de inovação consolidado com uma infraestrutura estruturada e políticas de incentivo bem estabelecidas, o Estado do Pará enfrenta desafios significativos relacionados à infraestrutura e à falta de integração entre os atores locais. A comparação revelou que a colaboração entre instituições e a presença de políticas públicas consistentes são cruciais para o sucesso de atividades com foco na bioeconomia.
https://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/view/7850
[ARTIGO] Strategies for Bioeconomy Development: Insights into Brazil’s New Industrial Policy
O Brasil pode liderar iniciativas de economia verde ao integrar a biodiversidade às indústrias tradicionais. Este artigo examina as diversas oportunidades e desafios da nova política industrial brasileira, com foco na bioeconomia como motor da neoindustrialização. O estudo destaca a biodiversidade e os recursos naturais incomparáveis do Brasil e posiciona o país no centro das discussões globais sobre a transição econômica sustentável. A análise abrange políticas de 2002 a 2022 e o programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado em 2024, enfatizando o papel crucial da bioeconomia na promoção da equidade social, da proteção ambiental e do crescimento econômico. As informações aqui apresentadas visam orientar a formulação de políticas e abrir um diálogo com a comunidade internacional de ciência e inovação sobre o potencial impacto da bioeconomia no desenvolvimento socioeconômico do país.
https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-031-86660-9_9
Relatórios
1. Relatório Model-Bio – Conceito de Bioeconomia
Este documento apresenta uma revisão ampla sobre o que é bioeconomia, reunindo definições de governos (Brasil, UE, EUA, China, Pará, Amazonas) e da academia. Discute as três grandes visões de bioeconomia (biotecnológica, de biorrecursos e bioecológica) e suas subvariantes, como sociobioeconomia, bioeconomia amazônica, circular e restaurativa. O texto ajuda a entender quais atividades podem ou não ser consideradas parte da bioeconomia, especialmente no contexto da Amazônia, e aponta temas para pesquisas futuras.
2. Framework metodológico e sistema especialista para prospecção em Bioeconomia (Extrato condensado)
Este extrato resume o framework de inteligência de dados do projeto Model-Bio, que combina planejamento estratégico, buscas avançadas em bases científicas e de patentes e uso de IA. O método é dividido em três estágios (Planejamento, Varredura e Agilidade, Design e Ação) e define critérios para escolher cadeias produtivas, como origem no bioma, impacto econômico e potencial tecnológico. Também descreve um sistema especialista baseado em PLN que identifica tendências, sinais fracos de inovação e oportunidades de mercado para cadeias como o guaraná, apoiando decisões em P&D, modelos de negócio e políticas para bioeconomia.
3. Estratégia de busca em bases científicas e patentárias – cadeia produtiva do guaraná (Extrato condensado)
Este documento descreve, de forma sistematizada, a metodologia de busca em bases científicas e de patentes aplicada à cadeia produtiva do guaraná no âmbito do projeto Model-Bio. A estratégia é organizada em fases de planejamento, construção da busca e organização/exportação dos dados, detalhando definição de escopo, seleção de palavras-chave (como Paullinia cupana e termos ligados à bioeconomia amazônica), configuração das consultas em bases como Scopus, Web of Science, PubMed, SciELO, Espacenet e Questel Orbit, além da aplicação de filtros e limpeza dos dados. O extrato também apresenta o passo a passo para combinação dos resultados, tratamento de duplicidades e consolidação de uma base final de documentos (científicos e patentários) apta para análises bibliométricas e prospecção tecnológica da cadeia do guaraná.
Cronograma
As atividades do Model-Bio foram planejadas para serem executadas nos anos 2024-2026. Anualmente, os objetivos a cumprir são:
Ano 1
2024: Foco no mapeamento das cadeias produtivas, prospecção tecnológica, e determinação das inter-relações com indicações geográficas. As atividades de benchmarking e modelagem de negócios também são iniciadas.s.
Ano 2
2025: Continuação e aprofundamento do benchmarking com arranjos produtivos europeus e desenvolvimento dos modelos de negócios para transferência de tecnologia.
Ano 3
2026: Finalização do benchmarking, consolidação dos modelos de negócio e conclusão da modelagem do Polo Experimental de Inovação Digital (PIDEB) em conexão com a rede europeia. Os aobjetivos estão distribuídos trimestralmente, conforme a imagem abaixo:
Agenda de Oficinas, Eventos e Missões
Oficinas e eventos
Serão realizados workshops híbridos para kick-off e apresentação de resultados ao longo do projeto, além de participação em seminários e palestras para difusão do conhecimento.
Projeto Model-Bio: Visão de Futuro na Bioeconomia — Explorando Cadeias Produtivas com IA
Evento / Programa
JINO 2024 — Jornada de Inovação da Ufopa
Data e horário
17 de outubro de 2024, 8h às 12h
Local
Sala 432 – IEG/BMT/Ufopa
Tipo
Workshop / Oficina
Facilitadores
Bruno Almeida da Silva
Enéias Monteiro da Silva
Rosinei de Sousa Oliveira
Hands On 3 — Model-Bio: Explorando Cadeias Produtivas com IA
Evento / Programa
JINU 2025 — Jornada de Inovação da Ufopa
Data e horário
19 de outubro de 2025, 15h às 17h30
Local
Sala 48 – InTap/NTB/Ufopa
Tipo
Oficina (Hands On)
Facilitador
Bruno Almeida da Silva
Bioeconomia e contexto: novos caminhos para a inovação
Facilitador: José Roberto Branco Ramos Filho
Evento: XII Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPEX)
Evento: Jornada de Inovação da Ufopa – JINU 2025
Inovação para o desenvolvimento sustentável
Facilitador: José Roberto Branco Ramos Filho
Evento: Jornada de Inovação da Ufopa – JINU 2025
Mesa-redonda: Caminhos da inovação na Ufopa
Mediador: José Roberto Branco Ramos Filho
Evento: Jornada de Inovação – JINO 2024
Mesa-redonda:Projeto de inovação
Mediador: Celson Pantoja Lima
Facilitador: José Roberto Branco Ramos Filho
Evento: Jornada de Inovação da Ufopa – JINU 2025
Mesa-redonda:Instrumentos de financiamento e apoio aos negócios de Bioeconomia
Mediador: Rosinei de Sousa Oliveira
Evento: Jornada de Inovação da Ufopa – JINU 2025
Mesa-redonda:Motores de Inovação: ICTs em ação
Mediador: José Roberto Branco Ramos Filho
Facilitadores: Aloisio Costa Barros, Celson Pantoja Lima, Enéias Monteiro da Silva
Evento: Jornada de Inovação da Ufopa – JINU 2025
Painél: Tripla Hélice e Bioeconomia
Mediador: Celson Pantoja Lima
Evento: Jornada de Inovação da Ufopa – JINU 2025
Painél: Embrapii Bioforest: negócios, oportunidades e impactos
Mediador: José Roberto Branco Ramos Filho
Evento: Jornada de Inovação da Ufopa – JINU 2025
Missões internacionais
Faz parte do desenvolvimento do projeto a execução de missões internacionais com destino a Portugal, em função das parcerias com o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade de Lisboa (ULisboa) – foco em mapeamento de cadeias, prospecção tecnológica e benchmarking econômico – e com o Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias (UNINOVA), da Universidade NOVA de Lisboa (UNL) – foco em modelagem de negócios comunitários e criação do PIDEB em articulação com Polos Europeus de Inovação Digital. No ano de 2024 aconteceram três missões com destino ao ISEG. Em 2025 ocorreu uma nova missão ao ISEG. Ainda em 2025, no mês de dezembro, ocorrerão duas novas missões, sendo uma ao ISEG e outra à UNINOVA. Para o ano de 2026 estão previstas mais quatro missões às instituições parceiras, sendo três que iniciarão no primeiro semestre e uma que ocorrerá no segundo semestre.
Missões executadas 2024
Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa (maio a julho)
Rosinei de Sousa Oliveira
A missão internacional teve como escopo fundamental o alinhamento conceitual e metodológico entre as perspectivas de bioeconomia da Amazônia e da Europa, visando robustecer os pacotes de trabalho referentes ao mapeamento de cadeias produtivas, prospecção tecnológica e modelagem de novos negócios. Sob a supervisão do Dr. Joaquim Ramos Silva, o pesquisador liderou a construção de um framework multicritério inédito para seleção de cadeias prioritárias, integrando dimensões ambientais, econômicas e tecnológicas que harmonizam a visão sociobiodiversa brasileira com a lógica industrial europeia. Adicionalmente, foi realizado um extenso benchmarking institucional e mercadológico, mediante visitas técnicas a incubadoras e redes de varejo, permitindo identificar boas práticas de governança, rastreabilidade e certificação aplicáveis ao contexto regional amazônico. Os resultados obtidos incluem a consolidação de matrizes comparativas de maturidade tecnológica, o fomento a novas linhas de pesquisa em Inteligência Artificial e Estudos de Futuro junto ao Lab Cria/UFOPA e o fortalecimento da cooperação científica bilateral, estabelecendo as bases para um modelo de inovação territorial que conecta a preservação da floresta a estratégias globais de valorização econômica.
Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa (maio a junho)
Tatiane Luciano Balliano
Esta missão apresenta uma análise comparativa estratégica entre as cadeias produtivas da bioeconomia e economia azul do Brasil e de Portugal, avaliando aspectos de inovação, políticas de incentivo e integração de mercados. A missão, que incluiu incursões técnicas na França e em cidades portuguesas como Lisboa, Porto e Braga, evidenciou que, enquanto Portugal avança na biotecnologia marinha, o Brasil possui enorme potencial em bioprodutos, embora limitado por dificuldades de escala e regularidade que exigem cooperativismo estruturado. O principal resultado tangível foi o desenvolvimento, no ISEG, da “Régua de Maturidade de Cadeia Produtiva”, uma ferramenta de diagnóstico validada com sucesso em cooperativas de cacau na Bahia — em parceria com o INPI —, confirmando a aptidão desta cadeia para a exportação. Além da articulação institucional, a pesquisadora atuou no desenvolvimento técnico no hub Idea Atlântico, contribuindo para a prototipagem de bioplásticos à base de algas. As observações de mercado, abrangendo desde o varejo B2C em feiras até modelos B2B2C em grandes superfícies, demonstraram que produtos naturais brasileiros como açaí e castanhas já ocupam espaço relevante no cotidiano europeu, mas a expansão competitiva para setores de maior valor agregado, como cosméticos e fitoterápicos, depende imperativamente da elevação do nível de maturidade tecnológica e de gestão das empresas nacionais para superar barreiras de entrada e sustentar a internacionalização.
Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa (maio a agosto)
Luciana Peixoto Santa Rita
O estágio internacional de pesquisa teve como objetivo aprofundar os estudos sobre bioeconomia e políticas industriais sustentáveis. Durante o período, foi executada uma ampla investigação em bases acadêmicas e financeiras de prestígio, como Scopus, Web of Science, Bloomberg e Orbis, essenciais para fundamentar análises comparativas entre Brasil e Europa. A missão integrou também uma agenda de articulação institucional, envolvendo reuniões estratégicas com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Associação Empresarial de Portugal (AEP) e universidades como a de Coimbra, visando discutir tendências em sustentabilidade. A produção acadêmica foi expressiva, destacando-se a participação na Conferência TAKE 2024 com a apresentação do estudo “Strategies for Bioeconomy Development”, que analisa a Nova Indústria Brasil. Este trabalho resultou na publicação de um capítulo de livro pela editora Springer e somou-se à publicação de um artigo em periódico Qualis A1, a Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, focado no benchmarking de ecossistemas de inovação. Além disso, foram elaborados dois artigos técnicos difundidos na plataforma SSRN, que investigam riscos e políticas de financiamento para PMEs inovadoras, utilizando modelagem estatística para comparar instrumentos de apoio no Brasil e em Portugal. O estágio fortaleceu significativamente a inserção do pesquisador em redes internacionais, consolidando a bioeconomia como pilar central para o desenvolvimento industrial sustentável.
Missões executadas 2025
Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa (maio a junho)
Rosinei de Sousa Oliveira
A missão internacional teve o propósito de avaliar os avanços do projeto Model-Bio desde o estágio de 2024 e aprofundar a integração estratégica entre bioeconomia, inovação territorial e transformação digital. A agenda técnica concentrou-se na revisão crítica de entregáveis fundamentais, como os critérios de priorização de cadeias produtivas (WP3), a matriz de benchmarking institucional (WP6) e os frameworks de modelagem de negócios (WP7), que foram aprimorados para incorporar variáveis essenciais de sustentabilidade e rastreabilidade digital. Além de consolidar a parceria acadêmica com o ISEG, a missão expandiu significativamente a rede de colaboração ao incluir novas instituições como NOVA FCT, NOVA SBE, UNINOVA e CEiiA, focando na aplicação de inteligência artificial e tecnologias de baixo carbono. Como produtos científicos de alto impacto, destacam-se a publicação de um artigo na Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional e de um capítulo de livro pela Springer, sintetizando as estratégias de desenvolvimento bioeconômico. A missão marcou a evolução do projeto para uma fase de inovação aplicada, estabelecendo um cronograma para o envio de novos bolsistas em 2025 e 2026, assegurando a continuidade da cooperação luso-brasileira e a validação prática dos modelos na Amazônia.